De como fiquei gripado

Categoria: escrito por Eduardo Bordinhon
O vendaval veio trazendo uma parede marrom que encobriu o céu azul de meio-dia da segunda-feira. Galhos se retorceram e alguns vários quebraram, vindo ao chão, assim como as pessoas mais fracas. Sacis presentes onde o vento encontrava obstáculo brincavam com as folhas e todas as roupas no varal correram para longe com medo do que viria em seguida. De repente o ar se tornou muito seco e alguns logo imaginaram que não podia se tratar de chuva. Mas logo a situação se inverteu e aqueles que ficaram dentro das salas puderam constatar pela queda da temperatura o quê os que estavam lá fora a observar já sabiam: Era um temporal que vinha, trazendo um inverno precoce, provocando ataques de rinite nos que, naquela noite, tiraram às pressas os cobertores dos armários.
Horas depois, com todos a improvisar casacos, um tempo para averiguar um estrago aqui, outro ali. Muitos passaram frio até chegar em casa, abrindo caminho por folhas, jornais, lama, lixo. No seu caminho, os outros, também ocupados em desviar dos obstáculos, exibiam corpos rígidos naquele tempo ruim. Ora! O Brasil não foi feito pra passar frio!
E eu fiquei a espirrar. Demorei a perceber que o frio era digno de um casaco ou dois e insisti em pedalar minha caloi até a faculdade o que provocou camisetas molhadas. No frio, camisetas molhadas não são um boa pedida. Agora estou aqui sob meus cuidados, de alguns amigos, quase caindo... Nessa minha luta contra o frio....
Detesto aquela segunda-feira.
 

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