O tempo destrói tudo.
É quase com essa frase que começa o filme que assisti hoje. Irreversível, do diretor francês Gaspar Noe (não o da Arca).
Começei a ver o filme já sabendo que se tratava de uma narrativa de trás pra frente e as perguntas que me fazia eram como o filme poderia acabar (ou seja, como começa a história) e como eu poderia me envolver com personagens que eu vou conhecendo por processo inverso. Bem, ao fim do filme, não sei explicar como, mas essas duas perguntas foram bem respondidas.
Assim como a câmera frenética vai acalmando durante o filme a situação limite apresentada no início vai se dissolvendo, mas continua na mente do espectador e a cada tempo de maior contato com os personagens você vai se perguntando "por que?" "Por que tanta coisa ruim vai acontecer?" E "oh, por que isso vai influênciar naquilo?" Por que o tempo destrói as coisas? Noe nos responde isso construindo as coisas boas no passado. Uma boa pedida. Ah, pessoas com labirinto sensível vão ficar incomodadas em algns trechos do filme. Ah, e também não aconseho que sua mãe entre na sala durante o filme. não é nada legal.
Essa coisa toda de tempo destruir me fez lembrar do "Alma de Papel", espetáculo do qual eu faço parte e que trata das coincidências da vida e do acaso. Me fez lembrar porque dos 19 personagens da peça só encontramos um que tenha conseguido ser feliz no fim da coisa. Todo mundo acaba mal, ninguém fica feliz para sempre!
Ao fim de tudo concluo que os contos de fada mentiram para mim.
Maldito Valdisney