Lulu Santos foi de fato o último romântico

Categoria: escrito por Eduardo Bordinhon
Conversar com amigos que não vemos faz tempo sempre é bom porque nos mostra uma nova perspectiva daquilo que já estamos saturados. Ou simplesmente nos dá uma injeção de ânimo nas teorias menos privilegiadas no nosso dia a dia. A que me foi desenvolvida durante o passeio na praia de hoje foi a do homem moderno.
O fato é que conclui que o homem de hoje é extremamente racional (ohhh descobri a roda). Tudo bem, nada de novo nisso, mas pra mim foi uma interessante elaboração de que o homem não é mais romântico. É realista. Pode ser também simbolista, modernista, cubista, contemporãneo, mas eu gosto de realista porque me lembra do cientificismo. O homem de hoje é matemático e trata das relações humanas como se elas fossem fórmulas com um resultado invariável, como se não houvesse subjetividade. Tudo se resume a "é ou não é", "vai ou não vai" e ponto.
Mas não. Não se trata relações como esquações, por isso existem as ciências humanas, onde os números ficam em um plano secundário, onde os pormenores são relativizados e há confusão, incerteza, variações. O homem, na sua correria moderna e com tantas barreiras sociais e psicológicas está resumindo sua vida as mesmas opções que ele encontra na frente de suas mil máquinas: Sim/Não, Ligar/Desligar/Reiniciar, Não subistituir/Substituir.
E assim a música do cara lá de cima vai ficando cada vez mais em fade out "Me da um beijo então, aperta a minha mão. Tolice é viver a vida assim, sem aventura..." É Lulu Tolice, tolice.
 

2 comments so far.

  1. Casa3deArtes 10 de junho de 2007 às 16:05
    oi Bordi...
    li o seu tbem...
    abraços
    Kadu
  2. Artur 11 de junho de 2007 às 00:03
    é... é que o homem ec-siste, como diz meu amigo Heidegger...

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