Amor Patônico

Categoria: escrito por Eduardo Bordinhon
Era uma festa no céu.
O urubu veio até mim e disse: "Quem paga o pato?"
Eu olhei para ver de quem ele se referia e vi a figura do pato. Já tinha me interessado por este antes, de outras festas, de outros temas, e mesmo agora, de pato, era a mesma que tinha me encantado tempos atrás. Meus olhos brilharam e minha noite ficou mais feliz. A vida pareceu ter um objetivo claro e todas aquelas coisas que dizem os apaixonados.
Conversei com um amigo sobre meu encanto pelo pato e ele me disse que eu nem o conhecia para estar apaixonado desse jeito. Concluímos que era amor patônico.
Contamos ao pato sobre a expressão e ele adorou. Tomamos o cuidado pra que não desconfiasse de onde ela surgiu e ficamos a inventar piadinhas: patologia, empatando, etc. No meio de uma das conversas que tivemos (sempre muito curtas), eu disse achar que ele se tratava de uma pata. O pato, então, ficou todo feliz e disse que sempre esperou que algumn dia reconhecesse a pata que existia por trás dele.
Essa foi a última conversa que tive com o pato. Não nos vimos mais e ainda hoje sinto uma saudade dessa minha paixãozinha ocasional.
Eu e meus amores patônicos...
 

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