"É assim, assim é e não há nada o que fazer"

Categoria: escrito por Eduardo Bordinhon
O telefone tocou hoje aqui em casa 5 prás 10h. Acordei irritado (já é a segunda vez que ele faz isso comigo nessa semana) e escutei minha mãe falando "Oi Chico". "O que o Chico quer comigo?.. Hun... Bem que podia ser ele dizendo que está vindo pra cá passar o fim de semana. E não sabe o nome da minha rua... Ah, vai cagar, me liga mó cedo... Vou dormir... Tá bom vou atender..."
Passa tanta coisa fútil na nossa cabeça quando a gente acorda mau humorado. Passa tanta coisa inútil por tanto tempo. E enquanto essas coisas passam, o tempo passa, as pessoas passam, as pessoas casam, as pessoas nascem... E as pessoas morrem.
Quando as pessoas da nossa geração começam a casar e morrer é sinal de que estamos ficando velhos.
E assim, alguém muito querido se foi. Se foi hoje e eu vejo alguns amigos prestando pequenas homenagens aqui e acolá pela internet. Do jeito que cada um pode, quer, sei-lá, da maneira com que cada um lida com isso. Eu não ia fazer nada. Mas aí uma amiga escreveu que esse cara merece vária homenagens. É verdade.
Então, pensei em colocar no meu fotolog também a minha homenagem: já ia no meu arquivo buscar alguma foto que fosse propícia, mas acabei esbarrando no blog e achei que a minha homenagem podia vir por aqui. Porque foto nehuma que eu tenho vai conseguir dizer que eu homenageio o RBD (alcunha dada por mim com muito orgulho) escrevendo sobre o quanto eu admirava sua cara de pau. Cara de pau que ele mantinha pra defender o teatro de rua, o circo teatro, o que quer que fosse, no Brasil. Cara de pau que ele tinha pra entregar nas mãos de 23 alunos a tarefa de fazer uma peça de rua. Cara de pau em ligar, em correr atrás das coisas e em cobrar as pessoas para que a gente pudesse ir se apresentar no Rio de Janeiro, para que eu pudesse conheçer e me apresentar numa cidade tão bonita, com tanta história. E não sem lembrar a cara de pau que ele tinha pra rir de todas as piadas da nossa peça. Nossa calque. Cara de pau que eu queria ter. Por isso tentei da minha maneira ser próximo dele. Mas ser próximo de alguém pra mim é uma dificulade enorme. Fui até onde pude, queria tê-lo conhecido mais. Agora ele se foi. Estou ficando velho. As pessoas estão passando. Eu estou passando. Como serei lembrado?
Falou RBD.
 

2 comments so far.

  1. laura lima 2 de março de 2008 às 22:53
    porra,du..
    eu chorei com este post,velho.
    acho que agora a ficha caiu,sabe?
    eu tava meio estupefata,meio sei lá..não é que eu seja coração de pedra,mas é fato que eu não gosto de me aproximar mto das pessoas porque a separação pra mim é sempre difícil.
    mas essa separação é muito mais.
    este cara merece muitas homenagens...
    nossa querida calque.
    e grande rbd!
  2. Unknown 2 de março de 2008 às 23:24
    Ahhh

    Ele vai fazer MUITA falta. Mesmo.

    Ele merece até aquelas homenagens da Globo, passando o clibe com seus melhores momentos...mas acho que o vídeo teria uns 3 dias de duração....e ele não era um famoso da Globo.

    Às vezes eu penso: quantas pessoas e artistas tão bons quanto ele a gente perde e nem sabe? Imaginar que tem gente fazendo teatro na Amazônia sem saber que RBD existiu.

    Rbd..de fato, graaaaaande alcunha!

    Beijo, Du!

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